Confusão, alegre confusão

Dias 24 e 25, especiais por serem de Dezembro.
Um homem veste-se de vermelho e faz de Pai Natal, as meninas em extase esperam pela sua visita, mesmo desconfiadas, sabem que o homem pode ser falso, mas o que ele traz é de verdade.
Em várias caixas transporta alegria, apenas fechada por papeis de embrulho. Toca a campainha (no Porto as chaminés são raras), ele sobe, e ouve-se gritos e corridas, não é guerra, mas a felicidade de crianças.
Quando o homem deixa a entrega, rapidamente é esquecido, a atenção vira-se para os embrulhos misteriosos, que tão depressa deixam de o ser, uma atrás da outra as prendas são ferozmente abertas, os inúteis brinquedos são os que deixam o brilho nos olhos, as roupas quase ignoradas, embora úteis sejam todos os dias.
Muito gostava eu de voltar a viver estes tempos, ingénuo, pensava que ia brincar com os Legos para sempre embora quisesse ser grande. Hoje, fico feliz por deixar com brilho nos olhos as três crianças que para mim são como filhas.